sexta-feira, 1 de abril de 2011

Luizianne diz que nenhum governo fez mais obra que o seu

A prefeita afirmou que, nos últimos 30 anos, nenhum governo realizou número de obras superior ao de sua administração. Quanto aos ataques que tem sofrido, afirmou ser uma antecipação das eleições de 2012

Durante visita ao Jardim Japonês, na manhã de ontem, a prefeita Luizianne Lins (PT) lançou o desafio: “Quem é que viu Fortaleza, nos últimos 30 anos, com um governo com a quantidade de obras que este governo tem? Não existe! Eu desafio qualquer um. Foi o fulano que fez, foi o beltrano que fez, não existe isso”.

Ao fazer tal afirmação, Luizianne inclui também o período em que Juraci Magalhães foi prefeito de Fortaleza, no período entre 1990-1992 e novamente de 1997 à 2004. O já falecido ex-prefeito se tornou popular pela quantidade de obras que realizou, como a construção de viadutos, da maioria dos terminais de ônibus, o asfaltamento de ruas e a Via Expressa. Seu slogan de campanha era: “Juraci faz”.

Porém, a chefe do Executivo municipal afirmou que o volume de obras de sua administração é superior aos das demais. Ela justifica que, se tivesse dedicado parte de seu governo às inaugurações do que já está em pleno funcionamento, ou feito “trabalho mídia”, não teria conseguido, segundo ela, tantas realizações.

“Meu trabalho agora é monitorar, dia após dia, para que essas obras saiam. Porque, até então, não tinha recurso pra fazer. Não adiantava eu estar linda e maravilhosa desfilando entre vocês e, na hora, não ter recurso para fazer”, afirmou, ao reiterar que os recursos, agora, estão assegurados.

Ataques “desmedidos”
Luizianne classificou os ataques que tem sofrido de seus “opositores” como “desproporcionais”, “desmedidos” e “despropositais”, tendo como principal objetivo desqualificar a imagem da prefeita.

“Essa série de ataques que eu tenho sofrido é uma antecipação das eleições de 2012. Não tenho a menor dúvida disso. Todo mundo quer ser prefeito agora”, afirmou.

Para Luizianne, os ataques são uma tentativa de “desestabilizar” sua gestão, feitas por alguns “setores da direita e do poder econômico”. “Na cidade esta tudo direitinho, está tudo normal, tudo andando. Não tem nada de crise. Eles tentam criar uma forçação de barra, são um ou outro descontentes”, alegou.

Contudo, Luizianne ponderou ter a clareza que foi eleita somente com 50% dos votos da população fortalezense, o que significa que metade da cidade está lhe apoiando. “A outra metade, de fato, talvez não tenha a mesma simpatia, a mesma torcida. Então é natural, faz parte da democracia”.

Em resposta ao ataques, a prefeita afirmou que tem compromisso com a população e com as obras que ficou de entregar, não com a oposição, “que fica dizendo bobagem para enganar o povo”.

Porém, não estabeleceu prazo da entrega das obras visitadas ontem, justificando que a máquina pública precisa ser desburocratizada. Disse ainda que o governante que estabelece prazos para conclusão de obras é cobrado, o que não ocorre com o que se nega a fixar data. “Por isso prefiro não dizer mais”.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O desafio lançado pela prefeita é uma tentativa de responder às críticas que vem sofrendo devido ao atraso na entrega de grandes obras. Ao se aproximar do fim de seu mandato, Luizianne tenta recuperar o tempo perdido.

BASTIDORES

Luizianne chegou ao Estoril, onde começava o roteiro das visitas, às 10h30min. Ao descer do carro, sacou sua câmera digital e sorriu para a imprensa, que a aguardava no local. “Os primeiros a serem fotografados serão vocês”, disse, ao iniciar uma série de registros, durante toda a visita. Ela é professora da área de fotografia do Curso de Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC).

No Estoril e no Instituto Cultural Iracema, ela testou as plataformas de acessibilidade.

Ao chegar ao Jardim Japonês, anunciou que a visita ao canteiro de obras do Transfor foi suspensa, devido ao horário, pois teria agenda institucional à tarde.


Thiago Paiva
thiagopaiva@opovo.com.br


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