quarta-feira, 27 de abril de 2011

ENSINO PÚBLICO Professores da Capital paralisam atividades

 Melhoria salarial: em maio de 2009, 
educadores da rede municipal de Fortaleza realizaram manifestação
FOTO: RODRIGO CARVALHO


Durante os sete anos da gestão de Luizianne Lins, os educadores municipais já realizaram cinco paralisações

Os mais de 230 mil alunos das 420 escolas municipais de Fortaleza que deveriam retornar as salas de aula ontem tiveram que voltar para suas casas. Professores da rede pública de ensino decidiram, em assembleia geral, paralisar as atividades por tempo indeterminado. A mobilização tem como principal objetivo pressionar a Prefeitura da Capital pela implantação urgente do piso salarial aprovado no início deste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Salário
Hoje, segundo Gardênia Baima, que integra a direção colegiada do Sindicato Unificado dos Trabalhadores em Educação no Estado do Ceará (Sindiute), os professores do sistema municipal recebem um salário de R$ 1.003, valor abaixo do estipulado pelo STF que é de R$ 1.187,97. O novo piso é destinado a todos os educadores estaduais e municipais do Brasil.

Além desta exigência, os professores estão requerendo o pagamento de anuênios atrasados, direito à licença-prêmio, eleição para diretores, correção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e o cumprimento de no máximo 2/3 da carga horária do magistério em atividades de sala de aula. Esta última a ser analisada ainda hoje pelo Supremo Tribunal Federal.

Conforme Gardênia Baima, a decisão pela paralisação aconteceu após o fracasso na audiência de negociação, ocorrida nesta segunda-feira, entre a categoria e a Prefeitura de Fortaleza.

Uma nova reunião está marcada para hoje na Secretaria Municipal de Educação (SME). "Não houve até agora qualquer disposição para resolver estes direitos. Os professores estão tendo os seus direitos negados pela Prefeitura. Nós estamos sem piso, sem licença-prêmio, etc", afirma Gardênia.

Durante os sete anos de governo da prefeita Luizianne Lins, os professores do Município já realizaram cinco paralisações, sendo a última greve feita em 2009. Gardênia Baima reitera que em todos os anos as reivindicações dos educadores são praticamente as mesmas. "As pautas são recorrentes. A Prefeitura negocia, mas não cumpre".

O secretário de Administração do Município, Vaumik Ribeiro, declarou estar surpreso com a decisão dos professores, tendo em vista que há negociações em andamento. "Faremos o possível para que as atividades sejam retomadas. A Prefeitura sempre cumpriu a legislação vigente. Estamos estudando a melhor maneira de implantar o piso".

Está marcado para o dia 11 de maio uma paralisação geral da categoria em todo o Brasil.

JÉSSICA PETRUCCI
REPÓRTER

 Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=971297

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