Com a saída dos vereadores, manifestantes tomaram conta do plenário da Câmara e simularam uma sessão. Tudo para criticar reajuste ofertado pela prefeita Luizianne Lins
A insatisfação de professores com a Prefeitura de Fortaleza teve ontem sua manifestação mais significativa desde que a categoria decretou greve, há 28 dias. Em pleno curso de sessão ordinária na Câmara Municipal de Fortaleza, manifestantes invadiram o plenário. Na base do grito, foram responsáveis pela interrupção dos trabalhos legislativos. Acuados, vereadores governistas se evadiram do plenário.
Assim, o espaço foi ocupado de vez pelos professores, que se aconchegaram nos assentos dos parlamentares e tomaram conta até da Mesa Diretora. Foi promovendo muita barulheira que os manifestantes deixaram claro que não aceitam a aprovação do projeto 0019, de autoria da prefeita Luizianne Lins (PT).
A mensagem estabelece uma nova tabela de remunerações para os professores municipais. No entendimento da categoria, os professores de nível médio - grupo minoritário, formado por cerca de 300 pessoas, segundo o Sindiute - ficariam com 18% de aumento salarial enquanto a maioria - cerca de 13 mil profissionais, com graduação ou níveis mais avançados de formação educacional - teriam apenas 2% de reajuste.
Além de não aceitarem tal reajuste, os professores ainda batem o pé a favor de ganharem o direito de destinar um terço da carga horária para planejamento de aulas e correção de provas. “Essa é uma mensagem que retira direitos, diminui salários e confronta com a lei nacional do piso. Por isso, de forma emocionada, os professores resolveram pedir mais de perto aos vereadores que retirem esse projeto”, comenta a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), Gardênia Baima. A manifestação teve apoio da professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, que ficou conhecida na internet por seu apelo por melhores condições de trabalho para os professores.
O líder da prefeita, Ronivaldo Maia (PT), disse que o reajuste ofertado é o máximo que a Prefeitura pode ceder e destacou que Fortaleza paga melhor aos professores que algumas cidades na região metropolitana.
Teatro no plenário
De posse do plenário da Câmara Municipal, os manifestantes simularam sessão ordinária em que aprovaram todas as reivindicações da categoria. Em determinado momento, um professor protestou: “Agora eu vou falar como todos falam aqui todos os dias: Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá...” O presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT), considerou “desrespeito ao Legislativo” a invasão e destacou que o modo usado pela categoria não é o “modelo de educação que desejamos para os filhos dos trabalhadores”. Os professores prometem nova manifestação hoje de manhã, durante sessão especial “Câmara nos Bairros”, no Antônio Bezerra.Quando
ENTENDA A NOTÍCIA
A mensagem que não foi votada esta semana deverá ser votada entre terça e quinta da próxima semana. A pendencia é a análise de cerca de 10 emendas por parte das comissões técnicas da Câmara Municipal.
Pedro Alves
pedroalves@opovo.com.br
pedroalves@opovo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário