País é o 73º lugar na lista de desenvolvimento humano da ONU, mas fica abaixo da média da América Latina e Caribe
Brasília. O Brasil ocupa a 73ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em uma lista que traz 169 países. A colocação indica que o país apresenta desenvolvimento humano elevado, de acordo com relatório divulgado nesta quinta pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A categoria superior a essa, e máxima, é a dos países de "desenvolvimento humano muito alto".
O Brasil foi o país que mais avançou no ranking. Foram quatro pontos a mais em comparação a 2009. Um desempenho significativo, sobretudo diante do cenário de estagnação revelado pelo estudo. Dos 169 países analisados, 116 mantiveram a posição apresentada em 2009 e 27 tiveram desempenho pior.
O País alcançou índice 0,699. Noruega, a primeira colocada, 0,938. O pior indicador foi do Zimbábue: 0,140. Apesar da evolução durante o ano, o Brasil continua a exibir um IDH menor do que a média da América Latina e Caribe, que é de 0,704.
Entre os países que mais progrediram em décadas recentes estão os de crescimento "milagroso" como China, que subiu oito pontos nos últimos cinco anos, indo para o 89º lugar, assim como a Indonésia e a Coreia do Sul.
O IDH é composto por três dimensões: educação, saúde e renda. Na saúde, a variável usada ainda é a expectativa de vida. Mas, segundo novos critérios, o estudo leva em conta a Renda Nacional Bruta per capita e os "anos médios de estudo" (número médio de anos de educação recebidos por pessoas com 25 anos ou mais) e os "anos esperados de escolaridade" (número de anos de escolaridade que uma criança em idade escolar espera receber).
A mudança no cálculo do IDH provocou a exclusão de 17 países, para os quais não havia, segundo o Escritório do Relatório de Desenvolvimento, dados disponíveis, entre eles Líbano e Cuba. No caso de Cuba, não havia dados sobre renda per capita. No do Líbano, faltavam dados sobre escolaridade.
O relatório do Pnud calculou o "novo IDH" para o Brasil desde o ano 2000. Segundo Flávio Comim, coordenador do relatório no Brasil, o país apresentou avanços importantes em dez anos. "A expectativa de vida aumentou em quase três anos (de 70,19 anos para 72,93 anos)", lembrou Comim.
Entraves
O que ainda amarra a colocação brasileira é a educação. Ao longo dos últimos cinco anos, o número de anos escolares esperado caiu de 14,5 para 13,8.
A comparação com alguns países vizinhos também é desfavorável. A estimativa é de que um brasileiro viva menos 5,9 anos, tenha média de escolaridade 2,5 anos menor e consuma 28% menos do que uma pessoa nascida no Chile, o 45º no ranking. Argentina, Uruguai, Panamá, México, Costa Rica, Peru também apresentam melhor classificação: 46º, 52º, 54º, 56º, 62º e 63º, respectivamente.
Ao longo da década, o Brasil apresentou um crescimento médio anual de 0,73% no IDH. Um ritmo considerado muito bom. Mas, entre grupo de países de alto desenvolvimento humano, há exemplos de velocidade significativamente maior. O Casaquistão, por exemplo, cresceu 1,51% e Azerbaijão, 1,77%. A Romênia, com ritmo de crescimento de 1,06%, estampa a diferença que tal índice pode provocar. Em 2005, o país dividia com Brasil a mesma colocação. Agora, ele ocupa o 50º lugar no ranking, 22 à frente, portanto, do Brasil.
De acordo com o indicador, a maior desigualdade no Brasil é registrada no rendimento: a perda provocada pelas diferenças nesta área seria de 37,6%.
Os números do relatório, no entanto, mostram que a desigualdade, embora marcante no Brasil, vem caindo na última década. Caso o IDH fosse aplicado em 2000, a perda do Brasil seria de 31%. Em 2005, esse índice cairia para 28,5%.
Ranking
1. Noruega
2. Austrália
3. Nova Zelândia
4. Estados Unidos
5. Irlanda
45. Chile
73. Brasil
75. Venezuela
168. Congo
169. Zimbábue
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=879845
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