segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Secretarias estaduais: pesquisadores avaliam troca de cargos no CE

Seis parlamentares deixarão a Assembleia Legislativa para assumir a direção de pastas no segundo mandato de Cid

Na mesma semana em que os secretários do segundo governo de Cid Gomes (PSB) foram empossados, um internauta lançou na rede social digital, Twitter, um questionamento: "o que pensam os eleitores sobre os deputados que são eleitos, mas não cumprem mandato?". Dos 24 dirigentes nomeados, seis são parlamentares estaduais eleitos em 2010, que ficarão licenciados da Assembleia Legislativa para exercerem o comando de pastas do Executivo.

O deputado Camilo Santana (PT), que na primeira gestão de Cid dirigiu a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), foi o parlamentar estadual mais votado do Ceará, em 2010 e, agora, retorna ao primeiro escalão do Governo para comandar a Secretaria das Cidades. Mauro Filho (PSB) e Ivo Gomes (PSB), foram reeleitos no ano passado, mas novamente vão se licenciar e abrir mão do mandato para assumirem as mesmas pastas que coordenaram de 2007 a 2010, Fazenda e Gabinete de Cid, respectivamente.

Os demais parlamentares convidados por Cid Gomes para participarem do Executivo, Gony Arruda (PSDB), Nelson Martins (PT) e Francisco Pinheiro (PT), ex-vice-governador, assumirão pela primeira vez secretarias no governo do PSB.

Representado
O cientista político e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Hermano Ferreira, analisa que a única maneira do eleitor se sentir representado no Legislativo é através do voto distrital. Ele argumenta que o parlamentar que não assume seu mandato para comandar uma secretaria não cria no eleitor o sentimento de não representatividade. Para Hermano Ferreira, isso já nasce com o resultado das urnas, pois no momento em que o eleitor deposita seu voto em um candidato que não é eleito, esse cidadão já não se sente mais representado.

Por isso, Hermano Ferreira acredita não haver diferença para o eleitorado em geral, se quem vai assumir o cargo no Legislativo é o titular ou suplente, pois na sua avaliação, não há vínculo entre a população e os parlamentares. "Se seu deputado não for eleito, você não se considera representado. O eleitor fica mais distante do parlamento", observa.

Já o cientista político, Uribam Xavier, professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), vê a questão de outro modo: estelionato eleitoral. Ele explica que o eleitor que votar em um candidato vai ficar sem representação se o parlamentar trocar o cargo por uma secretaria.



Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=915296

Nenhum comentário:

Postar um comentário